Ou te amo até doer Ou finjo que nunca existiu Sou sempre o fim ou o começo Nunca o meio sutil Quando é pra sentir, eu mergulho Sem medo, sem boia, sem chão Mas quando afundo, aprendo Que o fundo também é prisão Dizem que o equilíbrio é sabedoria Mas pra mim, parece ausência Ou eu transbordo Ou viro silêncio Sou oito ou oitenta Nunca fui morna Me queimo ou congelo Mas nunca sou norma Sou tudo ou nada Nunca sou metade Vivo entre extremos Disfarçados de verdade Te amo como quem corre no escuro Achando que o fogo é farol Mas o que me guia é o impulso Mesmo quando me cega o Sol Eu não sei dosar a entrega Nem racionar o sentir Sou erro em loop Mas é o erro que me faz existir Dizem que é medo disfarçado Eu chamo de intensidade Prefiro o caos vivo À calma falsidade Sou oito ou oitenta Nunca fui morna Me queimo ou congelo Mas nunca sou norma Sou tudo ou nada Nunca sou metade Vivo entre extremos Disfarçados de verdade Talvez eu só queira ser lembrada Mesmo que pelo excesso Ser chama, ser sombra Mas nunca só resto Sou oito ou oitenta E no meio me perco O amor, em mim Nunca foi verbo neutro Sou oito ou oitenta Metade cura, metade veneno E tudo o que toco Vira extremo