Eu nasci lá no sertão Sou um caboclo calejado Trabalho no guatambu E no cabo de um arado Pra mim é uma brincadeira Porque sou acostumado Desde cedo até a noite No meu trabalho sagrado Levanto de madrugada Pra tratar das criação Quando vem raiando o dia Vou cuidar das plantação Enfrentando fria chuva Com fibra no coração E trabalho satisfeito Com amor na profissão Eu sou mesmo um caipira Não me envergonho em dizer Me criei analfabeto Porque não pude aprender Mas tenho força e saúde Pra poder me defender E tenho minha viola Pra alegrar o meu viver Gente rica da cidade Pra mim não tem coração Chama o caipira de burro Porque vive no sertão Quando encontra com caipira Nem lhe dá satisfação Esquecendo que o caipira É o sustento da nação