Nem sempre se diz o certo É o jogo do superego Quando a casa ruir Quero ver o sol se abrir E clarear toda essa escuridão A cada dia a dia A cada noite a noite A cada sol a sol A cada fevereiro Exerço o desapego E faço um social Seguro desespero No jeito brasileiro Macumba na esquina Comida de santo Ressaca de pinga Nossa glória Se transforma Nessa cidade tropical Nossa alegria sazonal Na corda bamba embriagada Pendurados do varal do cortiço Nos conjuntos nas mansões edifícios Carnaval a gente vira realeza E fica tudo beleza Se dissolve no caos uma nação Que se perde nas trevas da exclusão Ai meu Deus Rogai por nós os filhos teus Sem amor Nossa esperança desbotou Estocados nas celas dos presídios Nas igrejas, nos quarteis, nos partidos Fim de ano o coração amolece E o abraço aparece Se transcende em sorriso e compaixão E evapora depois do réveillon Ai meu Deus Rogai por nós os filhos teus Com amor Nossa alegria renovou E é fumaça água e pão