Salve, salve, rapaziada do rap Nacional, vamos chegar sempre na pura humildade e no respeito Rap Nacional é desse jeito, quebrando as algemas do preconceito Então vamos ouvir as vozes dos negros Vida de negro é difícil, é difícil conter Vida de negro é difícil, é difícil conter Escuta parceiro o que eu vou falar, representando os negros o bicho vai pegar Chegando na humildade, pronto pra lutar, sempre de peito aberto, eu não vou parar Porque nesse momento eu fico imaginando, observando as coisas que estão se passando Já vem de muito tempo, há centenas de anos Vamos falar dessa realidade, voltando em um passado de crueldade Porque eu tô ligado que é embaçado, seres humanos levados pra serem escravos Humilhados muitas vezes, torturados E jogados como nada, em poros lotados Isso sempre foi presente na humanidade, desde sempre existiu essa maldade Olha só, veja bem a desigualdade, desvaloriza a cor da pele, mas com a verdade E quantos anos se passaram e nada mudou Quantos negros morreram porque se rebelou Aguentou, suportou a brutalidade E até hoje ainda lutam pela igualdade Mesmo lembrando dos seus antepassados, acorrentados Em grandes navios jogados, eram homens, mulheres sendo arrebatados Pelo carrasco, todos eram amarrados E dos pés a cabeça eram torturados Agora veja que agonia e que tristeza Em cada canto, da direita pra esquerda Não é surpresa se deparar com a fraqueza E sem ter o que fazer, é mais uma presa Um algo fácil, eu falo com clareza E solto a voz, sem medo de quem quer que seja Sem represália, um porta-voz da raça negra Que não teme a nada, isso com certeza E aonde quer que esteja Que não esconde a cara diante da covardia Mas quem diria, se isso acabasse um dia Mesmo assim, tô aqui, mais um ativista Falando a real, sem trava na língua Porque não é história tipo fictícia São pessoas maltratadas, tiradas da lista Ó meu senhor E agora quem diria Se tudo isso, quem sabe, acabasse um dia Infelizmente é um sonho que não se realiza É somente uma ilusão, uma ironia Impondo barreiras e pedindo ainda Que as vozes dos negros não sejam ouvidas Nos quatro cantos do mundo, seja esquecida (Seja esquecida) Vamos ouvir as vozes dos negros quebrando as algemas do preconceito Tanto sofrimento e falta de respeito então vamos ouvir as vozes dos negros Vamos ouvir as vozes dos negros Quebrando as algemas do preconceito Tanto sofrimento e falta de respeito Então vamos ouvir as vozes dos negros Agora eu vou continuar com o meu assunto Não é discurso e nem falta de conteúdo É simplesmente a realidade Que me deixa puto, revoltado, confuso Eu não me iludo com o passado Que parece estar no presente Sentir é uma coisa e passar é diferente Como a brutalidade dos senhores escravos Dando risada dos negros sendo escoteados Até mesmo pelos próprios semelhantes Que eram obrigados e não era o bastante Vou adiante, relembrando esse absurdo Que se exploda o carrasco e até o jagunço Que são covardes, movidos pelo preconceito Daquele tipo que não merecem meu respeito Meu rap tem poder sobre a maioria Inspiração do quilombo até hoje em dia Posso ser bronco, mas o sangue negro corre ainda Nas veias de um guerreiro, um ativista Se Deus quiser, até o final da minha vida Do meu estilo e do meu jeito que intimida Naquele tempo, os medos seguiam a risca Era senhor, vós me sentia, mas ainda Um dialeto obrigado junto à regalia Veja bem e tire uma conclusão Não podemos ficar calados, isso não Porque aqueles que ficaram de Sol a Sol Com a pele rasgada como um velho lençol Sem água, sem comida, sem direito a nada Não só a pele, mas também a alma castigada Por isso a voz do rap se mantém viva Raízes negras que muitos se identificam A mãe África chora, mas não se intimida Com esse mundo que é cercado por racistas Parece que a escravidão não acabou ainda Vou seguindo a rima e a ideologia Se ainda tem muita coisa pra ser falada De tanta crueldade pra ser revelada De muitas vezes castigados sem pretexto Eram punidos com requinte de todo jeito Com membros decepados, o final era feio Cadê o respeito a todo povo negro? Aqui vai meu apelo É, pra voz do desespero Vamos ouvir as vozes dos negros quebrando as algemas do preconceito Tanto sofrimento e falta de respeito então vamos ouvir as vozes dos negros Vamos ouvir as vozes dos negros quebrando as algemas do preconceito Tanto sofrimento e falta de respeito então vamos ouvir as vozes dos negros Ainda bem que existiram os abolicionistas Em prol da liberdade dos negros um dia Princesa Isabel e mais alguns na lista Tiveram seus nomes marcados em cartas de Ofôrria Depois de tanta luta, enfim uma conquista Foi assinada a Lei Áurea, salvando vidas Vidas que até hoje a descendência explica Zumbí dos Palmáres foi a prova viva Carregando no corpo todas as feridas Principalmente com a alma corrompida Pelas marcas que nunca foram esquecidas Sou mais um narrador dessa história triste Que falam que é passado, mas ainda existe Mesmo depois de muitos anos de sofrimento Minha revolta aumenta e eu não aguento Tanta injustiça sobrando lamentos Que por centenas de anos vem ocorrendo Não vou parar por aqui, tô de peito aberto Lutando até o final, cabreiro e esperto Enquanto a minha voz não for calada Vou ouro o dedo na ferida e pular na ba Sem receio e sem medo de represália Escute bem, não ignore essas palavras Salve, salve, liberdade tão esperada Que depois de muitos anos foi conquistada Com muito sangue derramado que deixou marcas Na pele negra, mas também na pele parda E mesmo longe das correntes e a mordaça, não vou parar por aqui, tô de peito aberto Lutando até o final, cabreiro e esperto, enquanto a minha voz não for calada Vou ouro o dedo na ferida e pular na bala, sem receio e sem medo de represália Escute bem, não ignore essas palavras, salve, salve, liberdade tão esperada E mesmo longe das correntes e a mordaça, perto das dificuldades que ainda se passa Nos quatro cantos do mundo a voz do negro diante do preconceito, mas nunca se cala Guerreiros de fé, palavras soletradas palavras Que enriquecem e lavam a alma Quebrando as algemas do preconceito, libertando das correntes, impondo respeito Sempre na fé na luta daquele jeito, então vamos ouvir as vozes dos negros Vamos ouvir as vozes dos negros quebrando As algemas do preconceito tanto sofrimento E falta de respeito então vamos ouvir as vozes dos negros Vamos ouvir as vozes dos negros quebrando As algemas do preconceito, tanto sofrimento e falta de respeito Então vamos ouvir as vozes dos negros Vamos ouvir as vozes Aê muito obrigado a todos aqueles que fazem parte do rap nacional E também a todos aqueles que fizeram e ainda fazem parte da cultura negra Muito obrigado Um forte abraço, fiquem com Deus, até mais