O julgamento popular começou dentro de casa Com as peças do mesmo jogo demasiada Me diminuíram pra que eu não fosse ninguém Mas esqueceram dos princípios, que carreguei Não tive um apoio que acreditasse No futuro jogador no homem da sociedade Que sonhava em jogar na ponte preta O camisa 10, ídolo da alvinegra Mas como todo pobre, tive uma escolha Ou trabalhava ou crime, ou jogava bola E impossível sonhar viver sem um apoio Divergência e o prologo da vida em um barraco Final dos anos 90, eu já conhecia o tráfico De frente com a realidade, vi corpos no buraco São várias histórias com um final diferente Com um final triste, pro mesmo personagem Meu único apoio, foi meu próprio sonho Que por algum tempo acabou silenciado De fato, existe amor pelo que se faz Mas não pelo sonho que ti faz incapaz Recarreguei esperanças no som da Milie Jackson Enquanto eu via minha tristeza no reflexo Entre o inferno e o céu, o pesadelo e real Descomunal como terapia tri modal E improvável que eu fosse Mais um que venceu no crime Porque seria mais fácil que eu acabasse crivado de bala Na traição do parceiro de corre ou pelo gatilho da polícia Eu nunca quis ser o cara que a civil pagava recompensa pra captura Depois de vários assaltos Eu deixei de acreditar nos factoides Nos estereótipos que sou bandido porque Passei fome ou mesmo porque sou preto Quebrei o tabu que eu mesmo criei Da dissonância pessoal que me moldei A desistir e uma retórica covarde De quem nunca quis meu bem de verdade Quantas vezes ouvi dentro de casa Pra desistir do sonho que não leva a nada Deixa de sonhar menino, isso e impossível Vai trabalhar esquece essa música de bandido Imaginem só eu aos 13 sonhando com o rap Que tava vivendo o futuro de vários moleques Mais antes conheceria as armas Traficante de peça negociador de vida marcada Ouviria muitos pedidos de perdão Igual do PM Lemão sangrando no chão Com a Hollowpoint que rasgou o tecido mole Dilacerando vida, mostrando a realidade O crime não compensa, diz o dialeto Diga isso pra família sem comida sem teto Infeliz da criatura que depende de caridade Que ti vê com olha de piedade Esse seria o tema do meu primeiro rap Lapidado com experiência de realidade Muitas verdades, diversas mentiras Sobre olhares de julgamento da suposta família Na minha casa ouvi por diversas vezes que isso era perda de tempo Que eu não seria ninguém na música E por diversas vezes acreditei, que poderia ser verdade E me peguei pensando, o que seria o amor conjunto E me lembro da minha avó dizendo acredite somente em você E nas ruas Sempre sentia aquele desprezo de vários quando colava pra cumprimentar Mas esses mesmos desistiram não foram longe Fracos corruptivos, invejosos tradicionalistas, eu acredito em mim e E na história que escrevi 28 anos