De manhã bem cedo me deu na veneta De correr no campo, cortar corredores Escolhi um baio, botei-lhe os arreios De copas o freio E deitei a galope subindo coxilhas, descendo pra várzea Cruzando as sangas com o vento na cara, com o vento na cara Mal me chegou a noite me surgiram ganas de cantar milongas Assim sem delongas, peguei no meu pinho Afinei suas cordas Sentei-lhe uns acordes, usei toda a escala Abri a garganta e qual potro xucro Saltaram uns versos em milonga baguala, em milonga baguala Se bate a fome, lenha pro churrasco Se a sede se atraca, um mate cevado Pro frio levo o poncho, no calor o riacho A dor da saudade, a prenda é quem mata E pros desaforos, adaga de prata A pampa é verde, o céu é azul Mas o que marca os homens do sul São esses rompantes de ceder às vontades E esse bendito, amor à liberdade