Tenho minha liberdade Como quem traz um troféu Um pala negro esfiapado Que em baile carrega mel Se gavioneo pela sala Gaiteiro firma em tendel Que não me tirem pra loco E nem toquem no meu chapéu! Trago as munheca engatilhada Por conta de ser baldoso E um tranco em cada bota Que sempre garantiu pouso Se é de se prestar não sei Temo delgado e cusquilhoso Carão pra mim é mania Das maula que esconde o toso Quem é disso vai saber Das bocadas que relato Ansiar perfume de China Mesclado a cheiro de mato Toda precisão da alma Por canha e farra de fato Dos mau que consome a gente “Côe pucha” vício ingrato! Nos bailes em que a geada Chega na madrugadinha Congela as telha do rancho Largando a grama durinha No gelo que eu passo e piso Quando figuro a carreirinha Me sai fumaça os garrão Qual banhado de tardinha Se acaso faltar em baile Fandango de algum caminho Quem sabe me aquerenciei Ao encanto de algum carinho Mas quando fim de semana Eu me ver preso num ninho Minhas botas saem por conta E o pala, não volta sozinho!