Eu nasci, com a maldição de ser feliz Eu só queria ser normal, sorrir só quando dizer xis Procurei, alguma cura desse mal Mas percebi que a maldição, estava mesmo em ser normal Logo no nascimento já era visível Que pra um pai tão sério aquilo era horrível Um filho nascer palhaço, não foi razão pra festa Mas que cabelo estranho, que nariz é esse Depois de adolescente mandaram que escondesse Como espinha falsa, bem no meio da testa Ele fez o seu papel pois sério o tempo inteiro Só dava risada trancado no banheiro Ganhou uma maleta e partiu atrás de emprego Lá foi nosso palhaço vestido de adulto Com cara emburrada e linguajar tão culto Mas falar em alegria para ele era grego Com diplomas e um currículo em seu repertório Chega o circo de horrores chamado o escritório Lá sua fantasia é mais uma entre tantas O domador enjaulado que mata um leão por dia O malabarista desiquilibrado fazendo acrobacia A engolidora de sapos com o nó na garganta A atiradora de facas com a língua afiada explica a regra do jogo Ninguém contraria o chefe porque ele gospe fogo Mas aparece o ilusionista anunciando a sexta feira E o palhaço que perdeu a alegria procurando se encontrar Leva no peito um sorriso estampado no crachá Debaixo dessa careca, eu sei que existe uma peruca e aquela ideia maluca De quem sabe um dia ser feliz Debaixo da maquiagem, eu sei que exite um palhaço Que vai entender que o fracasso, é não assumir o seu nariz