Corro contra o tempo, mas não sei por quê Tanta pressa, sem saber onde é que eu vou me perder O relógio grita e eu obedeço Mas no espelho, eu nem me reconheço Troco vida por excessos Sorriso por rotina E a alma vai ficando pra depois Num mundo que só cobra e nunca ouve a sua voz Já nem sei o que é viver Se é só pagar contas e morrer Relógios sem alma me fazem correr Mas quem acelera esquece de viver Tanta urgência em ser alguém Que esqueço de ser também Relógios sem alma marcam meu chão Mas o ponteiro não aponta o coração E nessa pressa sem razão Vou perdendo a direção Me disseram: Vai e conquista o mundo Mas ninguém avisou que o mundo é vasto E quanto mais eu corro, mais me afasto Dos amigos, dos amores, do que é real Eu só queria um tempo pra sentir Respirar devagar, e não apenas existir Mas todos estão atrasados demais Pra perceber o que ficou pra trás A vida virou um cronômetro cruel Contando os segundos de um eterno carrossel Relógios sem alma me fazem correr Mas quem acelera esquece de viver Tanta urgência em ser alguém Que esqueço de ser também Relógios sem alma marcam meu chão Mas o ponteiro não aponta o coração E nessa pressa sem razão Vou perdendo a direção E se eu parar? Será que tudo desaba ou começa a andar? E se eu calar? Será que o silêncio ensina o que o mundo necessita? Relógios sem alma me faziam correr Hoje desacelero pra me entender Agora escolho onde pisar Porque viver não é só existir Relógios sem alma podem gritar Mas minha alma aprendeu a respirar E nessa calma, sem padrão Mente achei meu coração