A chuva cai, tudo se tinge de amarelo Esse amor rarefeito, me deixa em desespero Tenho medo do bicho-papão Medo da vida, medo do abismo que é a razão Faço o que quero, mas não sei mais o que faço A bomba estoura, a dor é um abraço Punhal dentro de mim, corpo gélido Sangue frio, pensamento frágil, confuso Não falo do cabelo que cobre meu rosto Não falo das paredes que gritam um desgosto Escuto o barulho da mente em fúria Mas você não escuta, você finge que não vê Minha face está oculta, escondo o que sou Parece ser óculos escuros, mas é só o que restou O cinismo é máscara, uma brincadeira vazia E eu me cansei, me perdi, me perdi na própria agonia A dor que carrego é meu único destino Cansado de ser o mesmo, vagando sem abrigo Me vejo em pedaços, em cada esquina do ser A luta interna é constante, mas não sei o que fazer Não falo do cabelo que cobre meu rosto Não falo das paredes que gritam um desgosto Escuto o barulho da mente em fúria Mas você não escuta, você finge que não vê