O bom mineiro pegou o trem E para o Rio de Janeiro viajou Para a cidade maravilhosa das alterosas Quase nem lembrou pegou o ônibus 384 E da janela via o Cristo Redentor Ao ver o mar em Copacabana Achou tão bacana que assim falou Uai, sô Uai, mas que lagoa grande Uai, mas que areia quente Uai, mas como aqui tem gente sem roupa Quanta mulher me dando sopa Um queijo e uma rapadura Ele levava embrulhados no embornal E quando a fome apertava dava um jeito Ele comia satisfeito olhando pro mar Uma pinga pra molhar o bico (isso é bom) E uma calça tipo cai-não-cai E o mineiro já estava assustado Todo mundo a seu lado querendo ouvir: Uai Esta história de Belo Horizonte Da época dos bondes e dos tempos idos Na Praça Sete ainda tinha ainda tem o pirulito Cachorro era amarrado com lingüiça Pelé nem tinha nascido assim contava O meu avô para o meu pai Eu acho isso uma curtição Eu sou mineiro eu sou dos bão E gosto de falar: Uai