A ponta do punhal reflete a lua E ilumina a estrada por onde vou passar Se a luz se esconde, seu corte me guia É melhor sair da frente se não quer se machucar Mas se o olhar resseca e é a visão que queima Faz brilhar no caminho até esclarecer Pra aplacar a cegueira e saciar a ânsia Mordendo a própria garganta deixa a lágrima descer Se o dia é da caça a noite é da onça Vai amolando a faca é melhor se preparar Fica atento porque senão você dança E deixa surgir o grito que não dá pra segurar Mas se a voz resseca e a boca que chama Faz salivar um verso que há de florescer Com a língua afiada rasgando a palavra Bebendo da própria sede deixa o sangue escorrer