Vou encerrar-me em meu canto - Vestido de serenata - Em cada olho de china, Que me vem feito alpargata... Já que não tive potreiras Perfeitas para o pé torto Adormecer nalgum rancho E acordar menos morto. Quem nasceu para ser perro, Cimarrón cresce e caminha... Pelo ouriçado de tempo Com cicatrizes da rinha Já que o rigor me rengueia E ando longe do estrivo Vou encerrar-me no canto Onde adormeço inda vivo. Quero guitarras luzindo Na escuridão do meu pranto Em cada pelo de crina A claridade do canto Já que não tenho potreiras Pra ensaiar serenatas Troquei alianças co`a lua Que me aceitou de alpargatas. Quem nasce pra ser matungo Basteriado, geme ao tranco... Casco quebrado da pedra, Acostumou-se a ser manco. Já que adormeço sem rancho Parido pro desconforto Vou encerrar-me cantando E amanhecer menos morto.