A lua minguante em raios de prata Invade a barraca e faz bem pra courama Um trago de canha me aquece pra lida Da guasqueira vida do afã da campanha Aparto o couro a ponta de dedo E assento o ensejo o lume do aço Ao lonquear o repaço junto ao sovador Raspando o couro das tiras que eu traço Na argola de ferro assim tento a tento Afirmo o sustento a pulso de ferro Reforço a menção do corpo do laço E a trança que eu faço aguenta ao tirão É do tempo antigo feitio doze braças Dois tentos comparças dobrados ao meio Nas mãos compadreio por cima e por baixo Anunciando o encaixo as tramas do enleio Trocou o equilíbrio da cola campeira A sovela parceira comuga no ofício Por entre orifícios tecendo por fora A ilhava em cor cobra segundo aos princípios Das sobras da lonca fabrico a presilha Da alça a partilha das águas ao montão Dos calos da mão de tantas rodilhas Mantenho a família o suor do peão