Malandro de Carteirinha

Robson Mothé

Composición de: Robson Mothé
Nasci na Barreira do Vasco, fui criado no batuque
Aprendi com tio Alonso a dar nó até em truque
Já vendi muita pipoca, maçã de amor e ilusão
Fiz samba em velório, vendi riso em procissão

Já fui até general do ar e guia espiritual de farra
Anotei fiado em guardanapo e vendi picolé na barra
Conheço milagre que não tem explicação
Transformo pinga ruim na mais pura salvação

Fiz serenata pra mulher do delegado
Fingi que era padre só pra não ser fichado
Roubei coração com samba no gogó
E troquei confissão por um copo de xodó

Jeitinho é meu nome, malandro de carteirinha
Pago conta com sorriso e dou nó na sua linha
Com o juiz eu improviso, com a sorte eu viro conversa
Se a vida é um teatro, nela eu faço a minha peça

No sufoco eu danço samba, o aperto não me interessa
Já vendi até futuro em envelope de promessa
Meu diploma é de boteco, minha lei é de nobreza
Se o sistema é pesado, eu deslizo na leveza

No botequim sou graduado, doutor em economia
Pago sempre fiado com muito charme e simpatia
Quem nunca caiu no meu conto do bilhete
Que atire o primeiro samba ou peça outro tapete

Dei baile em camburão fingindo ser turista
Confundi fiscal com charme e cara otimista
Troquei relógio falso por promessa divina
E curei dor de amor com água de piscina

No samba eu governo sem cargo ou função
Faço lei com o pandeiro, decreto com o violão
Não tenho diploma, mas ensino a viver
Com malícia no olhar e fé pra não se perder

Jeitinho é meu nome, malandro de carteirinha
Pago conta com sorriso e dou nó na sua linha
Com o juiz eu improviso, com a sorte eu viro conversa
Se a vida é um teatro, nela eu faço a minha peça

No sufoco eu danço samba, o aperto não me interessa
Já vendi até futuro em envelope de promessa
Meu diploma é de boteco, minha lei é de nobreza
Se o sistema é pesado, eu deslizo na leveza

Sou primo da malícia, irmão da simpatia
E enquanto tiver samba
É minha a poesia!

Sou filho da noite e da madrugada
Na mesa de bar é que escrevo minha jornada

Vivo da boemia, do riso e do improviso
Minha vida é um show
E o aplauso é meu aviso!

Ah parceiro
Vai segurando essa malandragem aí!
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