Do poente marginalizado ao alto escalão Da avenida Ipiranga às margens plácidas de algum Barão O legado e os legatos ancestrais pra sempre ecoarão Nos trinados cadenciados de um povo em desilusão Da Vai-Vai ao Souza Lima, da Osesp ao Batidão Dos terreiros de Oxalá e Oxum aos Templos de Salomão A religião é o céu que nubla os olhos impotentes E que desemboca no bandolim de um Choro Permanente De um choro permanente Este choro dura vidas, dura sinas, dura mais Dura enredos, tanto cotidianos quanto musicais Este choro é a fusão da vida com a canção Se não posso evitar, então Choro copiosamente este choro permanente Das calçadas da Estação da luz às trevas do Alvorada Uma ponte bamba titubeia sonhos e sonatas De um povo heróico em pranto retumbante, sobrevivente Nossa rima e nosso ritmo vêm de nossa vida ardente Do nosso choro permanente Este choro dura vidas, dura sinas, dura mais Dura enredos, tanto cotidianos quanto musicais Este choro é a fusão da vida com a canção Se não posso evitar, então Choro copiosamente este choro permanente Este choro dura vidas, dura sinas, dura mais Dura enredos, tanto cotidianos quanto musicais Este choro é a fusão da vida com a canção Se não posso evitar, então Choro copiosamente este choro permanente De Ernesto e Chiquinha A Chico e Maysa De Dona Clementina A Gonzaga e Gonzaguinha De Alfredo Pixinguinha A Aldir e Guinga De Elis e Dja A Teresa Cristina De Bezerra da Silva A Caetano e Melodia De Joaquim e Zilda A Silvana e Regina Do bolero ao proibidão Do acorde ao acordeão Da eucaristia ao litrão Do ateísmo à congregação Da Favela à Campos do Jordão Do cidadão de bem ao da prisão Da bala perdida ao camburão Da liberdade à segregação Do poema ao baixo calão Da racionalidade ao coração Do amor ao raso da paixão Do holofote à escuridão Da juventude à essência anciã Da fé politeísta à cristã Do recém-nascido à sua mãe De primos a Dispô e Magalhães