Oxente Caxias, não se avexe chego já Se a baitera não virar, levo aratu, siri Dobra surdo de terceira e alfaia Nesse grande rio de lama vou plantar minha raiz Vou eu menino pelas margens da maré Com as bênçãos de Nanã vou fincar a minha arte Nesse chão de conchas e espinhos Vi brotar cada nação, cada estandarte Um movimento contra cultural A fauna e a flora em sintonia Inspiração que vem do manguezal A voz que ecoa na periferia Lamento negro ao som do tambor Os ideais voam no meu pensamento Da fome, violência e palafitas O meu canto é resistência e fundamento Manamauê o galo cantou Carangueijo eu sou, ciranda praieira Maracatu daruêmalungo Salve salú e as festas de Pernambuco O povo não quer viver na lama Mas na lama escorre o seu suor A gente quer um mundo livre sem ganância E uma cerveja pra pensar melhor Esse overdrive levanta a poeira É manguebeat que corre na veia De Brasília teimosa a Capivari De 04 a Nação Zumbi Chico, Caxias te abraça É revolução chegou a hora É tempo de recomeçar Um novo dia renascerá