Papai Noé! Os menino me contaro Lá na escola donde eu vô Que o sinhô atende os pedido Dos rico, dos pobre, oprimido Mandado por Nosso Sinhô Me contaro inté Que é só ponhá capim embaixo da cama E drumi pra esperá, mas, Papai Noé Pra começá nem cama eu tenho pra mim drumi Eu tenho uma estêra véia Arremendada que dá pena inté de oiá Brinquedo então? Nem é bão falá Trem de ferro, aeroplaninho Sordadinho, eu só conheço de nome Só de ouvi as outra criança comentá Que vale que o pai falô Que a inveja não tem valô Pra um cabôco lutadô Mas eu te juro, Papai Noé Quando eu escuito uma criança do meu bairro comentá Eu sinto que o micróbio da inveja Começa logo a me atacá Oi Papai Noé Pro sinhô eu não tenho segredo Inté hoje eu só tive dois brinquedo Premêro tive um potranco Que era tudinho branco E bonito como quê Mas dispois os negócio apiorô E o pai teve que vendê Despois me dêro o Pinhão Esse cachorrinho bão Que me ajuda a diverti nas águas do ribeirão Nadando daqui pra li Ah! O sinhô precisava vê, Papai Noé Quando eu dô um merguião custando pra aparecê Não há de vê que o danado do vira-lata Garra lati, lati desesperado pensando que eu vô morrê Mas oi, Papai Noé Já que nóis tamo proseando Já que a gente tá conversando O meu pedido eu vô fazê Faz a minha mãe alevantá Faz dois ano que ela não sabe o que é Natá Faz dois ano que a coitada passo a tossi, tossi Num esforço danado lá na cama pra podê arresisti Se o sinhô me atendê Eu podia inté lhe entregá O meu único amigo bão O meu cachorrinho Pinhão Que eu custei tanto a ganhá Mas o sinhô pode ficá com ele Ou então fazê presente Pra outra criança que o sinhô quizé dá Eu te prometo ficá contente Memo com vontade chorá Mas oia, Papai Noé Não esqueça o meu pedido Quando chegá o Natá Por favô, faz minha mãezinha sará