Depois de outra vida inteira Ainda se arrepia como fosse a primeira O eriçado da pele não esconde Que o que estava tão perto agora já se vê de longe Um ser do futuro que inevitavelmente Segue a se chocar com o seu eu pré-maturo Frágil, solitário e em apuro Que em sua companhia encontrava um lugar seguro Um instante de consciência Súplica diária da virtude à resistência Despersonalizar-se em cada sonho Inquieto, fugaz e insistente neurônio Que nunca se cansa até levar a cada veio desse tronco A informação de que esse som ainda é capaz de provocar tamanho estrondo Na mente, no corpo e na alma Um frio na espinha que acolhe e que acalma A sua alcunha é um enigma Quem nem Sherlock Holmes é capaz de decifrar Até mesmo Freud falharia miseravelmente Na tentativa de mostrar o que se passa nessa mente Mensageira da cidade sem vida Onde a loucura nem sempre é bem-vinda O seu paradeiro é um segredo de estado Mas por todo canto permanece o seu legado Que será cantado Jane, Jane, Jane, Jane Jane, Jane, Jane, Jane, Jane Que música linda é o silêncio De quem opta em negar o inegável E ignora o que há de belo em viver Em viver Palavras só existem porque existe o que dizer Não importa o alfabeto e o dialeto O importante é entender a mensagem E embarcar nessa viagem Estar de cara limpa e se livrar da maquiagem Que esconde o preconceito e silencia a coragem De ver com atenção a quem está do seu lado Barreiras Inúteis Que vêm pra separar quem necessita estar junto A santa ignorância é uma bengala, e você enxerga A santa ignorância é uma bengala, e você enxerga