Despertei de manhã E senti na face dos eclesiásticos Fartos dos bloqueios desses órgãos Em me darem novos pais! Achando que era um fardo Eu fugi, de noite, do orfanato Pra favela de onde eu era E me juntei aos marginais Mas eu não sei como usar as armaduras do terror No verbo amar Mundo do tráfico, muros de alguém Nessa cidade de ninguém, estou sem lar! Estou confuso e mal, estou disperso e mal Venha me adotar, mas se não me quer Me ajuda viver, eu sou alguém! Sem estudos, perdi a noção do tempo O deserto me deu sede, o sucesso era sonho De um moleque marginal Misturando as forças da razão Vi modelos nas revistas, todas nuas Como as noites nessas ruas, da cidade canibal Se desisti, não insisti em ver o ciclo da prisão me controlar Lembro da surra na sala vazia Alguém me carrega pra armadilha aprisionar Estou confuso e mal, estou disperso e mal Venha me adotar, mas se não me quer Me ajuda viver, eu sou alguém!