Uma flor de fogo eu vejo Com meu olho em desatino E o puro amor aventureiro Hoje é vespa no ninho Do açúcar, caramelo Derretido no carvão Doce flecha que me flecha Lábios, coração Dança uma fórmula Na minha frente Mente árvore da vida Foge à morte da madeira Um venenoso sopro De saudade, engarrafado Na prateleira do mercado Roubei pra respirar Eu só queria me lembrar Eu só queria esquecer Desses sonhos acordados Que eu tenho com você Eu só queria esquecer Eu só queria me lembrar Das viagens que eu faço Sem sair do meu lugar Dentes afiados ou presas Tanto faz, estou de olhos vendados E a tua mordida me fisga Feito um gancho A flor de fogo Ainda queima no meu sono E aquece menos Que teus pelos no meu corpo Tua natureza é chama Que me consome em posse Mas a aspiração da minha fuligem Te causa tosse Batem nove asas por seis Me impede o voo A pressão baixa E a vertigem me abraçam Sinto desaparecer A estrela no azul Enquanto o amarelo vem Desperto desalmado numa mesa