O trem que passa por aqui, Não para na estação do nosso amor Não consigo embarcar, Pra onde quer que eu vá, plana a solidão Nenhum anjo sobrevoa, nem vê, a minha mão ... Do sol, dourado nasce o amor Da lua nasce a dor, de não ter o amor Eu, te vejo nas estrelas, Nadando as belezas de um mar de flor Mas a onda não alcança os pés do frio caixão Os anjos decaídos, Somos nós, amantes Sem asas para voar, navegando errantes Dos olhos vermelhos, lacrimejam sangue Na boca os desejos, calam num instante Você de ferro, eu de aço, Demônio, embaraço, Rai cai baião Eu, procuro um pedaço, E plantá-lo no regaço da ressureição Quem sabe nasça a fruta sabor de chuva Da janela o astronauta vê, Na terra, os dois.