À sombra da Tamareira, encontro o meu refrigério Cavo a minha trincheira, aliso o meu cemitério Aqui cheguei era alferes, tinha goma no jibão Vim defender as muralhas da praça de Mazagão À sombra da Tamareira Há muito caiu Arzila, Mazagão treme e não cai Veio o Cherife de vez, faz o cerco e depois vai Tal como as águas de um lago, o tempo deixou de correr Mas jurei por S. Tiago que nunca me hei-de render À sombra da Tamareira À sombra da Tamareira Nem sei bem, quem é o rei Há muito não vem mensageiro Será que D. Sebastião Já voltou do nevoeiro ou ficou À sombra da Tamareira À sombra da Tamareira Vigio as areias ruívas, faço turno de atalaia Já cantou o moazinho, não anda mouro na raia Sopra o vento do deserto, recitando o Corão Pela rainha, fama e ela, sacrilégio do Islão À sombra da Tamareira À sombra da Tamareira Só a saudade me vence, só o dever não me esquece Sou o fio que se desgasta na malha vinda e terce Aqui ganhei minha espada, aqui ergui a bandeira Vi passar a mocidade à sombra da Tamareira À sombra da Tamareira À sombra da Tamareira Nem sei bem, quem é o rei Há muito não vem mensageiro Será que D. Sebastião Já voltou do nevoeiro ou ficou À sombra da Tamareira À sombra da Tamareira À sombra da Tamareira À sombra da Tamareira À sombra da Tamareira