Na bicha dos arrabaldes É o domingo popular Vai tudo ao shopping center Ver as montras e sonhar Carro cheio de família Bebé a chorar atrás O radiador em brasa E o relato a todo o gás O domingo da família É um dia que o arrasa Estrada cheia de mobília Faz lembrar a sua casa Com móveis à Luís XV Tão bonitos de olhar Mas são maiores do que a sala E mal se consegue passar Este é o seu caso (O caso dele) Não é de chorar, nem de rir Este é o seu caso (O caso dele) Façam o favor de ouvir Há dias em que suspeita Que o seu caso pessoal É uma história mal contada Pois não lhe encontra a moral Vem a noite de domingo Volta a bicha a engrossar O carro já vai de lado E o bebé sempre a chorar Você queria ser um Melro Ou talvez um Balsemão Jogar à malha na quinta O telemóvel sempre à mão Era patrão do seu patrão Lixava-o mais do que ele o lixa E comprava um helicóptero Só por causa desta bicha Este é o seu caso (O caso dele) Não é de chorar, nem de rir Este é o seu caso (O caso dele) Façam o favor de ouvir Aproveite agora a portagem Que lentamente a bicha vaza Confira o seu boletim Que entregou na Santa Casa Não fez seis mais uma vez Não deixe a esperança morrer Você nunca faz mais de três Mas é um duro de roer Este é o seu caso (O caso dele) Não é de chorar, nem de rir Este é o seu caso (O caso dele) Façam o favor de ouvir (O caso dele) Façam o favor de ouvir (O caso dele) Façam o favor de ouvir (O caso dele) Façam o favor de ouvir (O caso dele) Façam o favor de ouvir (O caso dele)