Sempre que durmo esqueço da fome Sempre com fome, sem microfone Alcanço limites pensados Pesados, planetas e estrelas sem nome São tolos inúteis! Sacos vazios! Servos inúteis de bolsos vazios! Somos problema atrás de problema Nesse vazio chamado Brasil! Eu morri aos vinte e sete Fui pro clube azul-celeste Dizem que é sorte e que meu retorno não se daria antes dos sete Com vinte e sete me distraí Me vi criar Me vi cair Me recriei Evolui Me controlei Não recaí São trinta e três anos de luta Seis, mano me ajuda! Chegou minha vez foi só labuta Me revirei, tudo é disputa! Não me diga que tu vai negar! A realidade aqui foi imposta Sistemas são cativeiros Nunca serão a resposta Nos afundamos num éter de caos Respiramos o caos de uma era Vivemos numa cantiga, antiga Que encanta e grita: já era! Sempre que durmo lembro da fome Sempre com fome Vejo sugestões sutis Remédios que incitam o TOC Recuso como balas de fuzis! Acordo até que me toque Seus olhos cobertos de sangue Suas dores eu que vi passar! Tentaram te manter no inferno Chamas de inferno ocular! Vejo na cruz outro Cristo! Todos seus sonhos no lixo! Igrejas prometem: bolões! E planaltos com seus anticristos Agora me farto de fome! Saudade da cor amarela Sem cavalo branco Sem Messias ou janela! Sempre que durmo eu lembro da fome Sempre com fome Com microfone Alcanço limites pensados Pesados Planetas e estrelas com nomes Se forem inúteis Mortos vazios! Se forem úteis Louros vazios! Seremos problema atrás de problema Nessa vazio, um chamado Brasil! Um pacto! Intacto!