Ibarabô êê mojubara Conduz o destino de João de Obá Pro seu desgosto, a macumba da encruza Ainda continua assentada neste altar Flores para inanaê! (Inaê!) Cativeiro nunca mais! Mas será que a liberdade Trouxe a dignidade ou um novo capataz? No tabuleiro, o tempero do mercado Cortejo sagrado em dia de paz Firma na palma, eu quero ver! Samba de roda, maculelê No canjerê do meu ilê Treze de maio não foi de graça Quem é quilombo nunca mais será senzala! É canto de ladainha marcado nos atabaques Cada guia nos protege dos ataques Chama os pretos do Pelô e o recôncavo inteiro Ninguém esconde os meus terreiros! A barra da saia rendada Na gira das águas as fitas no ar O rosário de dona Canô e a flecha do caçador Todos juntos num ijexá Roda Yabá a bandeira do seu gueto Na Mirandela, baiana do cazuá Toca pra saudar, benze com banho de cheiro Entrega o balaio nas ondas do mar Vem pro jogo, camará! A Bahia me chamou! Rum, rumpi e lê Tambori tamboriô ô Cabeça feita na fé! Quem vai pra rua é bembé Abre os caminhos pro xirê da beija-flor!