João alafiou resiliência Pra consciência se fortalecer Agô ao povo da rua, catiço de vela do meu canjerê Santo amaro é purificação O corpo se veste e a alma clareia Sincretizando nesse chão Os sonhos, de liberdade e paz Que a princesa não nos deu jamais Toca o tambor ijexá, seja adarrum, alujá Brote justiça em cada pedra do mercado Que hoje é nosso o ilê, em cada canto se vê O povo preto segue dando o seu recado Vem iaiá e ioiô, que o cheiro é bom sim sinhô Entra na roda e vem provar agora Vá chamar Yaô, o seu Martim pescador Sinhá baiana mandou avisar que é hora No ayê da cultura e do maculelê É o rodilho da cintura perfumada de dendê É o xirê que alumia a manifestação É o povo em ladainha, no axé da procissão Pro rio segue o mar de gente, vão passando as horas São filhos a entregar presentes para as mamães senhoras Celebrando as yabás, espelham matriarcas imortais Balaios de cores e flores, a fé se refaz Meu beija flor azul e branco macumbeiro Quilombola, feiticeiro, herdeiro de bembé Uma nação de zambi, zumbi da baixada Na força do meu candomblé