Sim, a Amazônia é fêmea Ventre das lendas que a floresta revelou São fêmeas icamiabas E a música encantada que iara entoou Roncam tambores em celebração Dança o lodo e a flecha são certeira O barro ganha forma na forma das mãos Brota do chão arte pioneira Lar das protetoras de amanhãs Amazonas guardiãs, mulheres guerreiras Flor perfuma o luar não'aldeia Batuques e maracás me contam Magia muiraquitã e a energia xamã Brindam corpos que se encontram O amor que faz delirar, semeia Frutos desse prazer se encantam Magia muiraquitã e a energia xamã Brindam corpos que se encontram Quando a cobiça tonteou Fez o dia escurecer Se perder, anuviar A alma num piscar incorporou E animais vão proteger As margens de Nhamundá O espírito selvagem se prepara Na espreita vira onça ou arara Mas o fogo retornou Herança icamiaba floresceu Unindo lágrimas se transformou Em novas dádivas de Deus Irmãs, anciãs, no Sol das manhãs Então renasceu Êh êh êh cê anama cê anama Minha tribo é Dragões da Real É luta, é raça, é mística força ancestral