Mistério Meu canto baila no ar O oriente ao luar é poesia Revela a saga das princesas Mariana, Herondina e Jarina Fugindo das batalhas do lugar Na fúria da maré, o naufrágio acontecia A turquíssima trindade nas profundezas Foi coroada em rituais de encantaria Chama averequete ô chama verê Chama averequete ô palaiê Nas águas doces dos meus encantos Ajuremadas na sagrada pajelança Vi no espelho uma linda borboleta Nesse gongá a fé me guia em quatro contas Ê Marajó, juremê, juremá Tem gente que vira bicho, magia do rio-mar Ê Marajó, juremê, juremá Fundamento de caboclo, pena e maracá O meu verso é o inverso, doutrina de feiticeiro Carimbó, tambor de mina, dobra o couro abatazeiro Salve! Arara cantadeira, jiboia vigilante E a onça que rugiu nesse terreiro Axé nas águas de Nazaré, meu grão Pará Batuque jêje e nagô dos ancestrais Na gira do abassá Mandingueiro faz mandinga Bate folha pra curar Grande rio desagua meu coração Navegando, no toque do curimbó Aruê aruê samborê ajucá Chegou Caxias, pororoca vai roncar Aruê aruê samborê ajucá Sou Grande Rio, pororoca vai roncar