Saluba Nanã! Com licença Estou aqui canto alto a minha dor Chico Science chamou há terra em minhas mãos No peito, há revolução E cipó é folha, é folha e cipó É o sangue, e o mangue a luta, o suor À beira do lixo, as margens da vida Curelas feridas, caranguejo voa Do lodo nascer, da fome renascer é mare cheia Vai, minha canoa! Dos maracatus e de palmares Mestre Salu e Daruê Eu sou a voz da liberdade o caos O fuzuê cirandeiro é, cirandeiro á! Lamento negro, malungo a cantar Cirandeiro á! Okê, caboclo, Okê! Do som emergir, da lama vencer! Ausência virou frequência Acorda a cidade e a eloquência Expõe a verdade o ideal desperta Não estamos sós! Batuque marginal Nós somos nós meu povo é nação unido na canção Em Caxias, batida ecoou É baixada e recife a lutar dois mundos O mesmo clamor manguebeat, um país, meu lugar! Um dia, um novo Brasil nascerá do mangue Um sonho, uma nova chance Essa utopia florescera Manamauệ, auệia, aê manamauê, auêia Escute dessa vez o meu tambor Respeite meu chão! Grande Rio eu sou!