É carnaval! O mundo da quimera se revela Requebrando em frente aos caretas Explodindo a passarela No palco da folia, o cameleônico surge A Imperatriz liberta a chama que nos urge Não sabe se é homem ou mulher Se o bicho pega ou se come No medo mulato à noite Pirilampos e lobisomens O ventre em zigue-zague acende a pira da paixão A boca tingida em carmim, instinto sem dominação Na ribalta a beleza, um xamã tupiniquim Um anjo safado, o chato de um querubim O meu bloco tá na rua vou botar pra gemer Brincar, gingar, a apoteose vai ferver O meu samba vai ecoar pro dia nascer feliz E o mundo inteiro acordar sambando com a Imperatriz Olhando as mulheres de Atenas Preferiu ser louco e feliz Do que aturar a duras penas De quem não sabe o que diz E hoje não tem pecado no sul do Equador O samba ofusca a bomba Não tem perfume e nem cor E com o rosto pintado libera o lado animal E o meu sangue latino grita que é carnaval!