Vem no calor, sente o prazer! Se o bicho pegar, deixa acontecer! Nas ruas de Ramos, delícias no ar O povo cantando pra Imperatriz desfilar Que bicho é esse dançando no meio da rua? No redemoinho, canta a criatura! No passo da dança ninguém vai dizer Se a tinta esconde ou revela um ser Peludo, o seu corpo nu, alado Com olhos contornados Sua voz a encantar Mistura entre doce e amargo Entre secos e molhados Juntos a se lambuzar Cabeças servidas, quem quer degustar? Banquete de artes só apreciar Bandido enfeitado flerta com o pecado Se entrega ao veneno, foi enfeitiçado E nessa festa tem desejo carnal Anjo safado colorindo o carnaval Performance máscula dos afeminados Grito dos loucos, dos desamparados Ele é o canto dos presos na gaiola Pro céu da liberdade voou E no vinil expressou a sua história Até a radiola amargou Ao sul do Equador rola magia Libertinagem, desejo e sedução É nessa hora que a mata Se transforma em avenida Pra história de um camaleão