Iaiá (ô, iaiá), sou dos versos, malandragem E da lua, vadiagem Neste dia ninguém chora Quem me guia é o destino Que é reverso ao desatino Das feiras onde a poesia mora Sou voz da voz silenciada Retratando a algazarra Defendendo o ganha-pão Nossa gente machucada Incorpora a batucada neste imenso mundo cão Seu zé me deu seu chapéu de palha E eu faço farra pra curar o dissabor Seu zé me deu, ô, chapéu de palha E eu encapuzei a dor Ê, ê, ê, diz ae, ê, ê, a Firma na palma da mão O sarau vai começar No fundo do meu quintal tem calango a noite inteira No chão que me consagrou: Madureira Mãe negra sou a tua descendência E carrego a sua essência no dia a dia Pro império não parar de entoar seu canto de euforia Partideiro do morro Menestrel do carnaval No samba, um soldado resistente Elevei minha patente me tornei um general Ai, ai, ai, Auê! Ai, ai, ai, auê Me chamo Beto E voltei pra te dizer Ai, ai, ai, Auê! Ai, ai, ai, auê Eu sou o Império Só demente é quem não vê