Ô, ô, Xamã Babalaô! A lenda que o Norte consagrou Forjado pela mata verdejante Filho de fé Protetor da imensidão! Turé de encantamento, ritual a invocar Mangueira em sintonia com teu chão Nas águas tucujus, sua missão fluiu Herança ancestral, que jamais sucumbiu No seio quilombola, memórias em canção A folha tem poder Transforma o enfermo em homem são Doutor-raiz, o guardião! Caboclo da Primeira Estação Na caridade, ensinando o povo! Mestre Sacaca, teu legado é valioso! O curandeiro, folião, também foi rei! Na garrafada, o saber da tradição Traz infusões, simpatia vem da crença Um sábio preto velho cercado de axé É reza, oração em glória! Na batida do tambor tem ginga vominê! Sagrado e o popular entram na roda Nas mãos de barro, delicada inspiração! No marabaixo, salve a afro-resistência! Em cada mastro, pintura em devoção! Amapazeiro tem a seiva que sustenta! Mangueira é floresta em poesia! Seu verde e rosa é riqueza natural! Negra Amazônia, o pulmão que irradia A cura com seu dom medicinal!