Na estação primeira do Curiaú É verde e rosa o encanto tucuju A Amazônia negra se enraizou Nas mãos sagradas do xamã babalaô No Oiapoque a história começou Tão forte, raiz brasileira Meu samba hoje evoca ancestrais Nos rituais floresce mangueira Pelos olhos do pajé mistérios eu vejo Encantados no turé, tawari no ar Sopra o cuti e o caxixi me faz delirar Doutor da floresta, negro protetor Mestre Sacaca da mata okê arô Mestre da mata Sacaca okê arô O segredo revelado, quilombos e axés Ao sabor de igarapés serpenteia Joga a rede pescador, tanta lenda do Amapá Desagou no riomar, maré cheia Preto velho macerou É mandinga, saravá Vem de lá o poder da cura Do tronco se faz tambor O fogo encontra o tom Na pele e no som, mistura E assim (çai erê) O batuque incorpora em mim (vominê) Segui marabaixo, roubei um poema (pra cantar) Na gira do tempo sem fim De saia rodada floriu açucena No toque do meu tamborim Sou laguinho, sou favela A africanidade reverbera Respeita o meu tamborim Sou mangueira, sou favela A africanidade reverbera