Voa águia Sobre a passarela iluminada Laroyê, peço licença ao guardião da encruzilhada Pelas ruas de São Paulo fiz brilhar meu pavilhão Com a tríplice coroa fiz valer a tradição Herança de um guerreiro quilombola Que na terra da garoa fez o samba acontecer Eu sou Nenê Celeiro de bamba pra quem quiser ver! Seresteiro, abre o peito e vem cantar Partideiro, chama o povo pra sambar De azul e branco a malandragem faz a festa Pelas calçadas bicolor, a hora é essa E foi um difícil começo Rondar a cidade a te procurar Criar o avesso do avesso E na pauliceia me embriagar Colorindo o cinza, da selva de pedra De arquiteturas, e coisas tão belas E novos baianos te podem curtir numa boa Eu sou a voz do samba, sou essência cultural De corpo e alma apaixonante capital Trazendo arte e magia nesse carnaval Bate na palma da mão, a Zona Leste chegou Se joga nessa emoção, diz um poema de amor Alguma coisa acontece no meu coração Quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João