Na festa de batuque encontrei meu patuá Vou acender a vela no cruzeiro de Bará Um príncipe negro africano chegou Pampa negro no Sul do Brasil Vindo de Benin, Custódio Joaquim É osuanlele okizí erupê Curandeiro, feiticeiro Príncipe dos mendigos, rei das Mandingas Curandeiro, macumbeiro Príncipe dos mendigos, rei das Mandingas Na cidade baixa juntou seu povo No fundo do quintal No mesmo toque do tambor As nações de Oyó, jeje, nagô Uma África nos pampas Um porto de heranças africanas O príncipe negro africano de Ajudá Assentou no cruzeiro o ocutá do Bará O príncipe negro africano de Ajudá Assentou no mercado o ocutá do Bará Província de São Pedro Sesmarias, lei de terras Pra cativos, palmatória Imigrantes, concessão Na casa grande vingou, ô A justiça que o dono exigiu, ô Negro perdeu a disputa E no formigueiro dormiu E na senzala aflorou, ô O canto dos atabaques, ô Criado-mudo não mais Batuque me libertou Negrinho do pastoreio Nos salve desse nevoeiro Reza à madrinha, mãe oxum Nosso patrono, pai ogum Iansã a nos inspirar Xangô vem fazer a justiça com seu oxé Axé xapanã, olorí de Custódio Varre tudo o que não presta pra bem longe1 Bará, abre os caminhos pra esse povo, saravá Batuque, tuque, tuque, todo o muque no toque do tambor! Negrinho, tua vela é um farol Guiando a negritude na querência do Brasil