Bará ê, Bará ô! Na gira do tempo a história girou Minha majestade, vamos voar! Abre caminho, Bará mensageiro Rei da palavra, senhor do tempo inteiro Em oração ao negrinho do pastoreio Um príncipe guerreiro do Benim Aportou sua caravela sob a luz do luar Guiado pelos orixás nas águas de Iemanjá Sakpatá, soprou na noite estrelada Nos braços do vento Custódio Joaquim aqui chegou Com seu peito ferido O nome que a história não calou Pois no xirê ele se fez renascido Bará ê, Bará ô! No grande mercado ele o assentou Bará ê, Bará ô! A sua coroa negrinho encontrou Contando a história que ninguém contou Negrinho, acende a chama nesse chão Traz pra majestade a coroa da libertação Negritude é amor, o tambor A voz que sempre ecoou E no sul do meu Brasil A promessa que brilhou Ergue-se o templo no toque do Ilu Batuque é fé que jamais se calou Jeje e ijexá no ponto do pai Ogum Tabajara, vamos marchar Unindo o povo do gueto No altar do seu orgulho e ao som do povo preto