Senhor! Gira a terra, move o mar Sob a luz da realeza, eis o príncipe de Ajudá Resistência na revolta dos caminhos Exilado na origem sakpatá a coroar Em seu destino abraçado pelos deuses No poder divino Orunmilá a lhe guiar Sopra palha vento leva, paragem em terras de axé Ancestralidade ao Rio Grande a tua fé Resiliência sob a luz de um menino O batuque faz a festa o Ilu a ressoar Nações de Oyó, de Jeje e nagô União da raça negra de cabinda e ijexá A corrente já quebrada Toda arte sem algoz Sem açoite nem senzala Ninguém cala a nossa voz O rei da chave do tempo Trilhando destinos, custódio encantou Assentando um novo rumo firmou a negritude do sul Voem negrinhos, corram negrinhos Reluz ao sol a coroa de rei Voem negrinhos, corram negrinhos Deixem que sigam vocês Sob o acalanto do templo do rosário Dignidade assim se fez No azul do céu iluminado O povo ocultado revive outra vez Negro é raiz e faz história É resistência, luta, força e fé Rio Grande do Sul, o pampa volta a brilhar Com a Portela e os mistérios do Bará