Meu samba e no pé, sou Portela O som do batuque e tradição Que vem lá dos pampas, num sonho revela Linda história de uma nação Vou voar, na saga de um príncipe encantado Contar, conquistas e mistérios de um passado Numa região do sul Um negro de Benin então surgiu Trilhando sua fé a santidade Que virou cultura no Brasil Vestindo o véu da esperança Custódio seu reinado construiu Das negras malocas, lembranças Sua africanidade então fluiu No xirê do meu tambor Num toque de lá pra cá Embalado pelo Ilu A união do meu gongá E nas giras Nas giras do tempo O mercado virou encruzilhada Consagrado no lugar Bara fez do cruzeiro sua morada Por raízes ancestrais Herdou de zumbi seus ideais Parte o cortejo em procissão Ao meu rosário o povo em oração Curandeiro, feiticeiro, soa a voz das entidades Refletindo nos terreiros seu valor a sociedade E assim Negrinho do pastoreiro e coroado Pautando na justiça, o seu legado Num azul e branco de glórias Acendendo a liberdade Vai com a águia a eternidade