Berenguendéns, balangandãs Faz o ouro luzir e a prata brilhar Deixa a preta nos benzer Deixa a preta adornar Coroando a vitória de Maricá Beleza africana no cais da Bahia Tem a ginga da rainha E o lume do sagrado Tabuleiros de quitutes pra vender Tua pele tem dendê Que tempera a história do teu legado Colares, pulseiras e anéis Aos olhos dos coronéis Sedução no poder do matriarcado Penduricalhos são enfeites pra sinhá As filha do saravá Ostentam as joias do seu trabalho Ogunhê, Ogum Na força do aço Xoroquê, Ogum Na força dos laços No ventre dourado de Oyá Badulaque e patuá Para cortar todo mal olhado Senhoras do coliseu dos orixás Refazem e tecem o próprio destino Vencer martírios pra não se curvar A magia do seu olhar Reflete ancestralidade No corpo retinto prosperidade Alforria que conquistou Deu à luz a liberdade Na malemolência dos quadris A chave de tantos brasis Que o seio da mãe negra amamentou