Agô Todos os santos iluminam os caminhos Do cais do ouro à colina No alto da igreja do Bonfim Mainha Eu sinto o cheiro do tempero bom No tabuleiro tem desejo Que o som da resistência dá o tom Um chacoalhar De quem enfrenta a maldade É corpo preto que almeja liberdade Dança o adarrum, força de ginga Forja de Ogum, no fogo que vinga Malês, moldam peças de beleza Na Roma negra vestem a nobreza Figas, frutas, fundem fé Arte axânti da Guiné Ferramentas de orixás Marcelinas, mariquinhas e florindas Irmandades, heroínas Ornada em joias Nos ventres de ilê Yás Tem berenguendens e balangandãs Festa e luta até o Sol raiar Flores negras, pretas lindas Desabrocham na avenida Para o meu povo sambar Olha a nega ganhadeira Subindo a ladeira Oi segura a quebradeira É a preta Com perfume de dendê E gosto de mungunzá Embala o sonho da União de Maricá