Sou curumim coroado da nação Navego a esperança no mar das emoções Sagrado pela entidade, tambores da liberdade Okê! Okê é o pulsar dos corações! Tiaraju no terreiro, guerreiro do amor brasileiro Em vera cruz guardião dos sertões Quem singra meu sangue tamoio, na revolução dos arroios É Yara que inunda as galés e os porões Sou do cosmos universal, dos pajés herdeiro milenar Dos sonhos dos cariris, o mercador de ilusões De pindorama, o mestre das paixões Ouçam o canto do uirapuru O brilho azul de raiurú, no esplendor das alvoradas Sobre o manto verde do país, os aracês desses brasis Se derramando sobre as matas Yanomamis, Bororós, guaranis, ticuna, terenas e Tupis Incorporando a velha-guarda Suas mulheres, tão belas e guerreiras Paridas do amor e da dor brasileira Prova de força e coragem dos seus filhos No ritual das tucandeiras Jovens tatus que escavam a resistência Preservando a existência do mundo dos encantados Mim curumim, mim varonil Mesmo sangrando, mim amar Brasil