Evoé Exu, Zé laroyê Sou feito você Voz que não se cala jamais Quilombo dos sambistas imortais Resistir até o fim Pois ser Vai-Vai é algo mais Meu verso do avesso na manhã Desvairada anfitriã que te devora Fagulha ensolarada de xamã Borbulha o amanhã agora Perturba falsas morais Com a sanha voraz de viver y sentir O caos que dá ordem às tramas Transforma a vida mundana No mais belo drama do existir Atuar Encarnar a ilusão A voar pela imensidão Oh zé, profana entidade O palco é seu altar, a vida é sua arte Oh meu Bixiga onde a vista é mais bela Viu chegar o rei da vela pra coroar Quando a ordem é cretina O teatro oficina encena a liberdade pra lutar Meu samba traduz seus raios de luz Bacante a rasgar a hipocrisia Sonhar, sonhar, sonhar Sempre que for preciso, rebelar É o cortejo alucinante de um delírio tropical Aclamado pelo povo Amanhece em mais um carnaval