Cintilam fagulhas no céu (oh no céu) Desperto no tom da manhã (da manhã) Vendaval preto y branco a passar Vem devorar meu afã Y eu exu dos artistas y plateias Incorporado na alma dessa pauliceia Trago o sabor da criação Prosa y poesia em contramão Meu Bixiga y suas expressões A liberdade é oficina das revoluções! Fui rei da vela, quando a luz se apagou Roda-viva girou y arrastou o país Senti cada ato, porrada y aplauso Vivi o teatro em sua raiz Com as bacantes em cena Rasguei a cortina da falsa moral Prazer y desordem sonhei Amei sem juízo ou final Meu bem, se o samba não vê mais a luz da lua No palco a ousadia continua Da rua, o tablado é irmão Sou xamã, indomável entre a chama Viro do avesso todo drama Ao sol da redenção Evoé, laroyê Eu sou do vinho y dendê Bixiga é meu lugar O Vai-Vai ao raiar de um novo dia É resistência popular