Meu chão foi terra batida Quinhão, fundamento Pedaço de África: Engenho de Dentro Raiz ancestral no destino de Ifá O sangue malê no meu corpo alufá O ponto é reza cantada Axé de macumba Quizombeiro da folia Onde a arte fecunda Mãe baiana ê, mãe de Samba Pemba e Samboré Canto de arengueiro Pulsa a marcação, nasce uma bandeira Pai na certidão de Mangueira E das bandas do Estácio, Benedito e Ismael Verde e rosa de Arturzinho e Cartola menestrel Era dia de Oxóssi, batucada a noite inteira Salve Paulo, Heitor, Caetano, Madureira! Dos nossos cordões... Ô saudade Enfeitava os barracões, fantasia a liberdade Carnaval em sinfonia nas encruzas do Brasil Cada casa, cada santo, cada bamba que surgiu Sou verso luzindo na alvorada Teu surdo infindo eterna morada Hei de voltar pro meu canto. Raiz floresceu Adeus, escola de samba, adeus Venceu, a escola de samba venceu Nas contas do Opelé Em cada caminho de fé Me guia ô me guia Arranco é quilombo de Zé É terra regada de axé Onde a voz do Samba é alforria Obá obá Do subúrbio e da favela Obá obá No terreiro de Espinguela Me chamam de Zé Espinguela!