Abre a roda Chegou Madureira A poeira já vai levantar No batuque, ginga ioiô Ginga iaiá E lá vou eu cantando com a minha viola O amor tem seus mistérios Por onde me deixo levar Laiá, Nossa história começa por lá No engenho da fazenda Dos cantos de canaviá Bate o sino da capela Que é dia de santo, sinhá Tem mironga de jongueiro O tambor me chamou pra dançar Tempo rodou na roda do trem e veio A inspiração do partideiro Que versou no mercadão Foi nesse chão Que a estrela brilhou no tablado O Madura pisou no gramado O malandro do charme dançou No pagode com outro gingado Quando o bloco chegou Agitou o suingue do black E a nega baiana girou Cai na folia comigo Meu bem vem na fé Na ilusão da fantasia Vai como pode quem quer Surgiu a coroa imperial Em outros caminhos para o mesmo ritual Portela, meu orgulho suburbano Traz os poetas soberanos Nesse trem para cantar Que Madureira é muito mais do que um lugar É a capital do samba que me faz sonhar