É um perigo, é um contratempo, há uma dúvida que vem por dentro Meu inimigo sou eu mesmo, quando penso? Eu penso em tudo que é segregado, um índio que morreu assassinado Negros, mulheres, velhos, gays e outros guetos Ergue-se o império do mais bem-nascido, enquanto há tantos outros excluídos Iluminado este que Deus escolheu Meu coração tá saindo na boca, mas é você quem tá marcando toca Achando mesmo que a estrela aqui sou E eu vou dizendo qual o meu ofício, me equilibrar no ócio e no exercício De lhe mostrar um pouco mais que belos dentes E de repente o papo foi passando do interessante até o mediano Eu já não posso fazer mais e lhe avisei Não sou autoridade, nem é verdade, que eu descobri que na cidade Todo mundo quer ser celebridade, tiro certeiro, sem perceber Que há muitos ratos no bueiro Falado: Pessoas peçonham seus desejos não realizados O desejo é a fagulha da vaidade E pra cada tarde insatisfeita e covarde que cai sobre a cidade Uma luz descansa, a intimidade evade A escuridão avança e um rato age!