Até na chuva eu sinto como é bela a natureza Ah, que bom seria se o homem preservasse A fauna, a flora, nossos índios E principalmente as nossas crianças Que são o futuro desta nação Chuva fina na calçada, sinto frio E quem passa pelas ruas nem me vê Assim como as águas correm para o rio Vou correndo contra o tempo pra viver Sou mais um menino triste que não sabe Nessa vida como veio e onde vai Eu só sinto uma tristeza que me invade Em não conhecer mamãe nem papai Não sei, não sei Por que é que eu vim pro mundo desse jeito Só Papai do Céu é que é perfeito Sabe que eu não sou feliz assim Só sei, só sei Que a minha casa é nesse momento Um coberto de folhas e de vento E a minha cama é um banco de jardim Quando às vezes sinto fome, sou esperto E descolo a carteira de alguém Na verdade, eu sei que isso não é certo E nem sempre nesses casos me dou bem Quando chega o Natal, eu também choro É que nunca um presente eu ganhei Se Papai Noel não sabe onde eu moro Nem também meu endereço eu mesmo sei Não sei, não sei Por que é que eu vim pro mundo desse jeito Só Papai do Céu é que é perfeito Sabe que eu não sou feliz assim Só sei, só sei Que a minha casa é nesse momento Um coberto de folhas e de vento E a minha cama é um banco de jardim Amiguinhos que encontro pela esquina Também sofrem como eu a mesma dor Num encontro entre cola e gasolina É difícil entender o que é o amor Mas um dia, na estrada do perigo Encontraram na sarjeta de um bordel Lá no chão, meu corpinho estendido Todos vão saber na vida quem foi eu Não sei, não sei Por que é que eu vim pro mundo desse jeito Só Papai do Céu é que é perfeito Sabe que eu não sou feliz assim Só sei, só sei Que a minha casa é nesse momento Um coberto de folhas e de vento E a minha cama é um banco de jardim