No mormaço do fim da tarde, outro inverno se despede Ventania quente que arde e o sossego se perde E ainda tem quem, pela cor da pele, conviva com a aberração De ser vigiado no supermercado e na fila do pão Na manhã de um dia qualquer o amor recebe a sentença Sendo fiscalizado e sempre julgado ao critério da crença Que usa a fé como espada e desculpa pra machucar quem lhe convém Deus me livre e me guarde também da maldade que se diz de bem Deus me livre do seu ódio em nome de Deus Fora daqui com o cinismo Fora daqui a sua dissimulação Fora! Fora daqui com o sadismo Fora daqui a sua manipulação Fora! Não espere a chegada de um momento raro trazer redenção Pra que enfim sejam percebidos detalhes perdidos em vão Todo agora é hora de sair do transe e seguir adiante Pois a vida aqui fora acontece na tora a todo instante